Em menos de dois meses gás amônia vaza e intoxica trabalhadores no Estado.

Campo Grande(MS)O número de funcionários intoxicados  por causa do  vazamento de gás amônia no frigorífico JBS, na BR-060, na saída para Sidrolândia, em Campo Grande, pode chegar a 100, segunda a  estimativa da Coordenadoria de Urgência da Capital. Vinte e oito operários foram encaminhados para atendimento médico fora da unidade, por veículos do  Serviço Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros. Nenhum deles estava em estado grave.  O vazamento ás  13h quando o alarme disparou na unidade  140 pessoas trabalhavam na unidade na hora do acidente

Testemunha disse que o desastre só não foi maior porque muitos estavam no horário de almoço e correram para fora da unidade mais rapidamente. Lá dentro, muita gente desmaiou”, informa uma  funcionária do setor de desossa. O problema foi contido pouco depois, mesmo assim o gás se espalhou rapidamente pela unidade inteira. P ÁS  13h45, o cheiro ainda era forte do lado de fora do frigorífico. Muitos funcionários seguiram para a rodovia para se distanciar do gás o máximo possível. A amônia é tóxica e amplamente usada em frigoríficos para o sistema de refrigeração. Os bombeiros e Samu mobilizaram várias ambulâncias  para prestar atendimento no local e encaminhar pacientes para unidades de saúde. O coordenador geral de urgência do município, Yama Albuquerque Higa anunciou  a realização de  uma triagem com todos os funcionários do JBS.  “Dos 410 trabalhadores, a maioria reclamava de falta de ar e dor de cabeça, sintomas bem característicos dessa intoxicação”, relata. Logo que foi acionada, a Coordenadoria de Urgência preparou hospitais para receber a demanda, por classificação de risco. A Santa Casa, por exemplo, foi designada para receber pacientes graves, mas não recebeu qualquer funcionário já que não houve intoxicação de gravidade.

 

O outro lado. A JBS se manifestou por meio de nota encaminhada  pouco depois do vazamento. Contudo, não esclareceu as falhas que podem ter provocado o vazamento do gás tóxico e informou que as atividades estão temporariamente suspensas.  Foi o segundo  vazamento de amônia em frigoríficos de MS em menos de dois meses. Em 8 de fevereiro, o gás vazou no frigorífico Marfrig em Bataguassu. Na ocasião, 21 trabalhadores precisaram de atendimento médico. A empresa foi multada em R$ 500 mil pela Polícia Militar Ambiental (PMA), por poluição atmosférica.  

 

Da redação

Foto Luciano Muta; Díario Digital.