‘Paralisação de advertência’ fecha 97% das escolas estaduais em MS

Campo Grande (MS)- A ‘paralisação de advertência’ realizada por professores e administrativos da rede estadual de ensino de Mato Grosso do Sul fechou 97% das escolas, segundo a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul). Alguns colégios ainda funcionam de forma parcial. Os trabalhadores ficaram mobilizados na manhã desta terça-feira (30), nas proximidades da SED (Secretaria Estadual de Educação), no Parque dos Poderes, em Campo Grande. Além de profissionais da Capital, há caravanas de 73 sindicatos do interior.

Ainda não há número de participantes da manifestação. No local, onde funcionam as autarquias e a sede do governo Estadual, o policiamento foi reforçado com a presença até da cavalaria. Com carro de som, os servidores criticam o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), por conta das recentes denúncias de propina envolvendo o próprio governador e a alta cúpula do Estado.

De acordo com o presidente da Fetems, Roberto Botareli, a data-base dos professores foi em janeiro, porém, o reajuste foi adiado pelo governo do Estado para abril. No mês passado, nada foi definido e, em reunião na última segunda-feira (29), com o Secretário de Administração e Desburocratização, Carlos Alberto de Assis, o governo teria pleiteado a definição para agosto.

Botareli diz que os professores são 25 mil em todo o Estado, sendo 18 mil filiados à Fetems. “Eles estão cansados de esperar e uma greve por tempo indeterminado não é descartada”. Os professores cobram a o pagamento do reajuste de 7,64% do Piso Salarial Nacional. O aumento é garantindo por meio da Lei do Piso (Lei n.º 11.738/2008) e pela Lei Complementar Estadual n.º 200/2015.

Sobre os administrativos, são 9 mil em Mato Grosso do Sul e 6,5 mil filiados à entidade. A categoria tem salário-base de R$ 902 e recebe o abono de R$ 200, concedido no último ano. Os trabalhadores seguem calendário de reajuste junto com os demais servidores do Estado, ou seja, no fim deste mês.

O governador já disse em diversas ocasiões que o reajuste dos professores e das outras categorias esbarra na recomposição das perdas com arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do gás natural. “O servidor público não culpa. A isenção fiscal dada pelo governo é para financiar campanha e ameaça todo o Estado. O servidor não tem isenção de nada. O imposto é pago direto da fonte”, criticou Botareli. Midia Max