Brincadeira com fogo pode ter causado incêndio no Nova Lima

Campo Grande (MS)– Mortos na noite da segunda-feira (28) depois de incêndio em casa no bairro Nova Lima, em Campo Grande, os dois irmãos de 6 meses e 3 anos poderiam estar sozinhos em casa. Diferente do depoimento dos pais no início da apuração, a suspeita da polícia agora é que os responsáveis não estivessem em casa. Outra descoberta é que o irmão mais velho, de 3 anos, tinha costume de brincar com fogo.

O delegado Weber Luciano de Medeiros, da 2ª delegacia de polícia, afirma que nova perícia foi feita na casa nesta semana e um isqueiro cor de rosa foi achado no local onde estava o corpo do menino mais velho.

O avô do menino relatou à polícia que tinha costume de limpar o quintal da casa, juntar lixo e incentivar a criança a atear fogo com isqueiro. O objeto pertencia a mãe, que disse ao delegado não saber o paradeiro do isqueiro porque o fogão da casa era de acendimento automático.

Os depoimentos de parentes e vizinhos colhidos pela polícia revelaram que o menino tinha costume de fazer pequenas fogueiras, inclusive dentro de casa, para brincar. A principal suspeita da polícia é que isso tenha acontecido na noite da segunda-feira, quando as chamas se alastraram rapidamente pelo quarto e a fumaça intoxicou as crianças. Os dois irmãos morreram carbonizados.

Laudo da empresa responsável pelo botijão de gás revelou que não houve explosão do objeto, situação inicialmente apontada por vizinhos.

 

REVIRAVOLTA

Outra descoberta da polícia confronta declaração dada pelos pais nos primeiros depoimentos. Conforme o delegado Weber, o pai não estava em casa porque prestava socorro mecânico a um veículo.

Investiga-se agora se a mãe estava no portão de casa conversando com vizinhos ou fora da residência. O que causa estranheza ao delegado é que a casa e o portão ficam a poucos metros de distância e se a mãe estivesse na residência, as chamas seriam rapidamente percebidas.

Weber Luciano afirma, ainda, que os pais podem responder por negligência ou homicídio culposo, mas o judiciário pode livrá-los de qualquer condenação por conta da dor da perda dos filhos, dessa forma a aplicação da pena se torna inconveniente.

 

 

Foto: Álvaro Rezende/ Correio do Estado