CPI do Cimi aprova relatório e aponta tática de guerrilha indígena

Campo Grande (MS)– Foi aprovado na tarde de terça-feira o relatório final da CPI do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que aponta culpa em incitar e financiar as invasões de propriedades particulares em Mato Grosso do Sul. O resultado das investigações será encaminhado a vários órgãos, incluindo a presidência da República e o Vaticano.

Os documentos colhidos apontam que houve organização primorosa, táticas de guerrilha, apoio para armamento indígena e agressividade.

Além dos órgãos, o documento será entregue ao governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, ao Ministério Público Federal e Estadual, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Nacional do Ministério Público, Polícia Federal, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério da Defesa, Senado, CPI da Funai e do Incra no Congresso Nacional, representação da Santa Sé no Distrito Federal e à Agência Católica para o Desenvolvimento Exterior (CAFOD).

A presidente da CPI, deputada Mara Caseiro (PSDB), espera que providências cíveis e criminais sejam tomadas contra o que ela chama de “organização criminosa”.

RELATOS

O documento aponta ainda investimento internacional para as chamadas “retomadas”, palavra utilizada por membros da organização e por ativistas da causa indígena para classificar as invasões de propriedades particulares.

Entre os anos de 2013 e 2014, entidades estrangeiras repassaram mais de R$ 7 milhões ao Cimi. Entretanto, nenhuma comunidade indígena foi beneficiada por projetos custeados por esse recurso.

CULPA

Diversos indígenas ouvidos pela CPI comprovaram a culpa do Cimi na incitação à invasão. Dois delegados de Polícia Federal também relataram à CPI detalhes sobre a atuação da organização na invasão da fazenda Buriti, quando membro do Cimi foi flagrado de posse de um manual anarquista. Entre outras coisas, ele ensina como fraudar cartões de crédito, fabricar bombas caseiras e silenciadores para armas de fogo.

Por outro lado, os poucos membros do Cimi que conseguiram ser localizados para prestar depoimento, se esquivaram da maioria das respostas e proferiram declarações evasivas.