Homens viviam com porcos e galinhas em fazenda em Nabileque.

Campo Grande(MS) – Mais uma vez foi a região do  pantanal onde a justiça Trabalhista  resgatou de trabalhadores em regime de escravidão. Em uma  fazenda  a 240 km  de Corumbá, em  Nabileque. Cinco homens, contratados para construção e reparo de cercas, foram  encontrados por representantes do Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego e Polícia Militar Ambiental na última terça-feira (25/04).  E viviam em barraco de madeira, com piso de terra, dormiam em camas adaptadas em tábuas e tijolos, e dividiam o espaço com remédios para gado, sacos de sal, material de montaria, galinhas, porcos e insetos. No alojamento, não havia instalações sanitárias.  Os homens faziam necessidades fisiológicas no mato e a tomavam  banho com mangueira pendurada na parte externa do barraco. O preparo de alimentos era feito em fogão de lata improvisado no chão e as refeições feitas sobre tocos existentes no local. Eles estavam desde março deste ano e trabalhavam  dez horas por dia, com intervalo curto para descanso e sem equipamentos de proteção. Quando necessário, o repouso aos domingos era interrompido.  A água usada era de ‘corixo’  para beber, cozinhar, lavar roupa e tomar banho. Marciano Rodrigues de Barros, de 60 anos estava doente por causa do consumo de água.  

Pelos serviços,   os trabalhadores deveriam receber R$ 60 por dia, o que nunca aconteceu. Também não houve registro em carteira nem exame médico admissional. As frentes de trabalho ficavam distantes cinco quilômetros do alojamento e eles percorriam o trajeto inicialmente a pé. Foram ouvidos o empreiteiro,  Acilino da Silva Claro, conhecido pelo apelido de “Dão” e que intermediou a negociação do serviço, e o gerente da fazenda. Estabelecido,  crédito de R$ 24 mil a título de verbas rescisórias, já deduzidos as contribuições previdenciárias e o recolhimento ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. A data do pagamento aos trabalhadores definida em audiência agendada para a próxima terça-feira, 2 de maio, na sede do Ministério Público do Trabalho em Campo Grande. Em fevereiro deste ano, outros quatro homens foram também retirados de uma fazenda no pantanal, durante a operação batizada de Shemot, que significa êxodo em hebraico. Um deles estava há 20 anos no local. Ainda em 2017, força-tarefa resgatou de condições degradantes 11 trabalhadores de duas fazendas nas proximidades  de  Bataguassu. Para fazer denuncia Disque 100 ou pessoalmente, sendo preservada a identidade do denunciante. Com Informaçõeas da assessoria de Imprensa da Justiça do Trabalho. 

 

Da redação

Foto Divulgação.