MPT resgata 11 trabalhadores em regime de escravidão em fazendas de Corumbá.

Campo Grande(MS) – Onze trabalhadores foram resgatados por auditores-fiscais do Ministério Público do Trabalho na nesta terça  em Corumbá. Eles trabalhavam irregularmente, em condições análogas a escravidão, em duas fazendas no Pantanal. De acordo com o chefe da Inspeção do Trabalho, auditor-fiscal Kleber Pereira de Araújo Silva, foram encontradas diversas irregularidades no local, uma delas era a falta de contrato de trabalho com os operários. Todos  foram encontrados em condições degradantes. Em uma das propriedades,  nove trabalhadores atuavam  na atividade de desmatamento e, em outra,  na construção de cercas Segundo o MPT, nos dois locais fiscalizados os empregados eram mantidos em alojamentos improvisados, em  barracas improvisadas com lona e plástico, sem local para refeição, armazenamento dos alimentos ou banheiros. Eles também não tinham equipamentos de proteção individual para trabalhar. Os trabalhadores foram resgatados e os empregadores autuados. Os patrões  serão obrigados a quitar os débitos com os operários pelos dias trabalhados. Além disso, os trabalhadores receberão seguro-desemprego. Os dados sobre a fiscalização, iniciada na segunda (23), serão repassados ao Ministério Público Federal (MPF), que pode investigar e pedir à Justiça a responsabilização criminal dos empregadores. A operação, que segue com as negociações, também contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT).Duas fazendas de Mato Grosso do Sul estão no cadastro de empregadores que tinham submetido pessoas ao trabalho análogo à escravidão, chamada de “lista suja”. De acordo com a publicação, são dez vítimas no Estado. O documento aponta que diligências do Ministério do Trabalho (MTE) flagraram seis pessoas submetidas ao trabalho escravo na fazenda São Luís,  em Aquidauana, e outras quatro na fazenda Santo Antônio, em Dourados. No primeiro caso, o empregador é Edvaldo Zagatto. O MTE identificou o crime em 2016. A propriedade não estava na primeira lista suja divulgada este ano, em março. Já a fazenda Santo Antônio estava na relação anterior. A empregadora é a Prestadora de Serviços e Comércio de Madeiras Benites, cuja irregularidade foi flagrada em 2014. A lista suja foi divulgada dias antes da revogação de uma portaria que estabeleceu novas regras para a caracterização de trabalho análogo ao escravo, na segunda-feira (16).

Da redação

Foto Assessoria MPT.