OUÇA: Mulheres passam 10h a mais do que homens nos afazeres domésticos

Campo Grande (MS)- Pesquisa do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostra que as mulheres se dedicam mais dos que os homens em atividades não remuneradas. Um novo recorte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, detalhou quatro tipo de trabalho que não entram na conta do PIB, mas impactam na economia. Isso por que essas atividades consomem o tempo das pessoas e poderiam gerar renda se outros indivíduos fossem contratados para realizá-la. Entre os chamados ‘trabalho invisíveis’ estão os afazeres domésticos, cuidados com pessoas da família, o trabalho voluntário e a produção para próprio consumo, único item com maior participação dos homens. As mulheres gastam em média 21 horas por semana realizando afazeres domésticos e cuidando de crianças, idosos ou deficientes. A média dos homens é de onze horas. A farmacêutica, Sandra Monteiro de Barros, de 58 anos, sempre trabalhou fora e dentro de casa. Apesar de morar com o marido, tarefas como cozinhar, varrer, lavar e passar roupa sempre foram responsabilidade dela. Nos últimos meses, ela cuidou da mãe que estava doente e ainda encontra tempo para costurar.

SONORA

Atividades como pequenos consertos ou manutenção da casa, do carro e de eletrodomésticos, ficam a cargo do marido de Sandra, assim como na maioria das casas brasileiras. A pesquisa separou os afazeres domésticos em sete categorias e a realização desses reparos é o único item com maior atuação dos homens. A professora de antropologia da Universidade de Brasília, Lia Zanota, explica que a sobrecarga de trabalho da mulher prejudica a busca por igualdade de condições no mercado formal.

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As pessoas que realizam as chamadas “outras formas de trabalho” podem estar empregadas ou não. Inclusive, os afazeres domésticos são mais realizados por pessoas que tem alguma ocupação. Além disso, quase metade das pessoas que produzem para o próprio consumo, plantando ou fazendo obras por exemplo, tem algum outro trabalho, sendo 62% homens.