Campo Grande(MS) – A grande movimentação esperada para a sexta-feira (23/11) no comércio de Dourados não acontecu. Às 8h foi aberta a portas das lojas com o anuncio da campanha Black Friday, porém, diferente do que aconteceu em alguns lugares do Brasil e também como ocorre nos Estados Unidos, país de origem da campanha, não houve tumulto, correria nem mesmo a disputa entre consumidores por produtos.
Durante um giro na área central da cidade, o Dourados News pôde constatar que a temporada de promoções não embalou na cidade . Vendedores se amontoavam nas portas de alguns estabelecimentos com “braços cruzados”.
Para o economista Carlos Alberto Vitoratti, a falta de engajamento das cidade de interior é um dos principais fatores pela inexpressividade da campanha nesses locais. “Em grande centros há realmente uma boa movimentação nesse período, porém, no interior o consumidor ainda não se apegou a ideia. Esse é o primeiro aspecto que podemos analisar. Acredito que mais uns 3 anos a situação melhore”, afirmou.Além disso, o especialista também pontuou o ‘ambiente de incerteza’ em que se encontra o País.
“Há um governo novo para assumir, tudo ainda é muito incerto. As pessoas acabam ficando com medo de comprar”, considerou. Por fim, Vitoratti pontuou o contingenciamento do crédito agrícola, que na visão dele, vai deixar o final de ano “mais magro” em Dourados. “Nossa região não teve o mesmo crédito agrícola dos anos anteriores. Isso impactou o produtor e consequentemente refletiu no comércio. Nosso final de ano com certeza será mais magro”, disse.Apesar disso, as expectativas do gerente Elvis Duarte do Amaral são as melhores.Ele, que dirige uma loja de eletrodomésticos no Centro, contou que preparou todo o time para atender a demanda da Black Friday.
“Nós vamos até às 20h hoje. Abrimos mais cedo, até por uma questão estratégica de abordagem do pessoal que saiu para conferir as ofertas pela manhã e também para recepcionar o pessoal mais idoso, que não gosta de tumulto”, afirmou. Na loja, Elvis garantiu ofertas em todos os setores com descontos que chegam a 60%. O estoque por lá também foi reforçado, tanto no estabelecimento quanto no depósito.
O douradense Erismar Roberto, 56, morador no Altos do Indaiá, contou que saiu de casa para cumprir algumas atividades e aproveitou para conferir as ofertas da Black Friday após os anúncios publicitários nas mídias. Ele acabou comprando um celular e disse ter sentido um desconto considerável no produto, mas ressaltou: “nada tão grande quanto é anunciada”.
Sobre o movimento reduzido, Erismar considera que atualmente há uma consciência maior por parte dos consumidores na hora de comprar. “A situação que está passando o povo brasileiro com as suas finanças é um dos fatores que provocam esse movimento reduzido”, disse.
CHUVA
Outro fator que impactou a movimentação nas lojas foi a chuva registrada justamente na hora de abertura das lojas. Segundo o Guia Clima da Embrapa Agropecuária Oeste, em 1h45, Dourados acumulou 23 milímetros de chuva.
Da redação
Foto Valdenir Rezende/ Correio do Estado.
