Depois de 18 anos MDB sai presidência do Senado.DEM comanda Câmara

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito neste sábado (02/02) para um mandato de dois anos como o novo presidente do Senado, em uma sessão conturbada que se estendeu pelo sábado depois de a votação ter sido interrompida na sexta-feira. Alcolumbre obteve os votos de 42 dos 81  parlamentares  – seu principal adversário, Renan Calheiros (MDB-AL), saiu da disputa na última hora e ficou com  cinco votos. O amapaense deve comandar o Senado até janeiro de 2021. Alcolumbre foi eleito na segunda tentativa de votação, após a primeira ser anulada. O voto foi secreto.

Além de Alcolumbre e Renan, participaram da disputa os senadores Fernando Collor (PROS-AL, 3 votos); Reguffe (sem partido-DF, 6 votos); Angelo Coronel (PSD-BA, 8 votos); e Esperidião Amin (PP-SC, 13 votos). Só quatro senadores deixaram de votar, entre eles Renan Calheiros e Jader Barbalho (MDB-PA).

A eleição do demista é vista no Congresso como a primeira vitória política do governo de Jair Bolsonaro (PSL). O processo tumultuado, porém, deixou um número relevante de senadores desconfortáveis com o novo presidente – e com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que patrocinou o nome de Alcolumbre. Os dois são tão próximos que a esposa de Onyx trabalha no gabinete do senador.

A disputa também encerra uma hegemonia de 18 anos do MDB no comando no Senado – o último político não emedebista a comandar a Casa foi Antônio Carlos Magalhães (PFL), de 1999 a 2001.

Alcolumbre é um dos poucos senadores sem curso superior completo – em sua página no portal do Senado, ele diz ter um curso incompleto em ciências econômicas pelo Centro de Ensino Superior do Amapá (Ceap). Aos 41 anos, é também é um dos poucos congressistas judeus do Brasil.

Depois da  a vitória, Alcolumbre fez um discurso de conciliação – inclusive com um aceno aos adversário derrotados. “Não haverá nesta Casa senadores do alto ou do baixo clero. Todos serão tratados com a mais absoluta deferência e zelo”. “No Senado que construiremos juntos, os anseios da rua terão o protagonismo outrora deixado às elites partidárias”, disse. Lendo com alguma dificuldade, ele também se comprometeu com a realização de reformas econômicas, como a da Previdência.

Fonte O Estadão;

Foto Assessoria Senado