Ataque dos EUA mata general e herói iraniano. Irã promete vingança Severa

Um bombardeio dos Estados Unidos matou nesta sexta-feira (3) o influente general Qassem Soleimani e um líder pró-Teerã no aeroporto internacional de Bagdá, exacerbando as tensões regionais e provocando pedidos de “vingança” do Irã.O Pentágono afirmou que o presidente Donald Trump deu a ordem de “matar” Soleimani, depois que uma multidão pró-Irã atacou a embaixada americana em Bagdá na terça-feira.

“O general Qassem Soleimani matou, ou feriu gravemente, milhares de americanos durante um longo período e tramava matar muitos mais (…) Era direta e indiretamente responsável pela morte de milhões de pessoas”, tuitou Trump.”Deveria ter sido assassinado há muitos anos”, completou o presidente americano.”Embora o Irã nunca vá ser capaz de admitir isso claramente, Soleimani era ao mesmo tempo detestado e temido em seu país”, afirmou.A embaixada dos EUA recomendou a seus cidadãos que abandonem “imediatamente” o Iraque. Funcionários americanos do setor petroleiro iraquiano já deixaram o país.Lançado nas primeiras horas desta sexta-feira contra um comboio de veículos no aeroporto internacional de Bagdá, o bombardeio americano matou nove pessoas.

Entre elas, estão o general Soleimani, responsável pelas questões iraquianas na Guarda Revolucionária (Exército ideológico do Irã), e Abu Mehdi al-Muhandis, de cidadania iraquiano-iraniana, número dois das Forças de Mobilização Popular, ou Hashd al-Shaabi, uma coalizão paramilitar pró-Teerã integrada ao Estado iraquiano.Soleimani, que segundo os Estados Unidos liderava uma organização “terrorista”, “estava ativamente tramando na região (…) uma ação importante, como ele a descreveu, que teria posto dezenas, se não centenas, de vidas americanas em perigo”, disse o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.Ainda assim, Pompeo afirmou em um tuíte que os EUA seguem “comprometidos com a desescalada”.As reações ao bombardeio foram quaseimediatas. China, União Europeia, Grã-Bretanha, França, Alemanha e ONU pediram calma e prudência.

“O mundo não pode se permitir outra guerra no Golfo”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em nota divulgada nesta sexta.O Irã e seus movimentos satélites, como o Hezbollah libanês, o Hamas palestino, ou os huthis iemenitas, clamaram vingança.O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, pediu “forte vingança” pela morte de Soleimani, na mais grave escalada em uma temida guerra entre Irã e Estados Unidos em território iraquiano.Khamenei já nomeou um substituto de Soleimani para liderar a Al-Quds, o general de brigada Esmail Qaani.

“Não há nenhuma dúvida de que a grande nação do Irã e outras nações livres da região se vingarão por este crime horrível dos criminosos Estados Unidos”, prometeu o presidente iraniano, Hassan Rohani.

Em um comunicado, o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniana, a mais alta instância desta área no país, elevou o tom. “A América deve saber que seu ataque criminoso contra o general Soleimani foi o mais grave erro do país (…) Estes criminosos sofrerão uma dura vingança (…) no lugar e na hora certos”, declarou.Além disso, a diplomacia iraniana convocou o embaixador da Suíça, que representa os interesses dos Estados Unidos em Teerã.O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, interrompeu sua viagem à Grécia para retornar em caráter de urgência ao país.Na capital iraniana, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra os “crimes” americanos e gritaram frases como “Morte aos Estados Unidos”.