Promotora diz que Carnaval não é essencial e pede cancelamento da folia de momo em Rio Brilhante

Campo Grande (MS)- A prefeitura de Rio Brilhante, cidade distante 158 quilômetros da Capital, terá que responder em cinco dias se irá cumprir uma recomendação feita por promotora do Ministério Público nesta quinta-feira (14). No pedido de cancelamento do Carnaval da cidade, a promotora enumera uma série de problemas que Rio Brilhante enfrente e diz que a festa é de “interesse governamental”.

Na publicação, Rosalina Cruz Cavagnolli explica que nos últimos três anos a prefeitura gastou R$ 927,1 mil com realização dos carnavais. Em 2014, por exemplo, mais de 15 mil pessoas passaram o Carnaval na cidade. Último levantamento do IBGE indica que a Rio Brilhante tem pouco mais de 34 mil habitantes.

A promotora afirma, logo no início do texto destinado ao prefeito Sidney Foroni (PR), que a realização do Carnaval não é um interesse primário, mas sim governamental, “nem sempre identificado com o interesse da sociedade”.

Ainda segundo Rosalina, o destino dos recursos públicos deve cumprir princípios da dignidade humana e para itens considerados de necessidades primárias da coletividade.

“Considerando que a aplicação de recursos públicos em bailes, festas ou blocos carnavalescos significará que o Município estará gastando dinheiro público em atividade NÃO ESSENCIAL, infringindo, portanto, o princípio da moralidade”, disse a promotora.

No fim do texto, a representante do MP ainda afirma que se o Carnaval é considerado atividade cultural, priorizá-lo em detrimento de atividades como literatura, música e teatro “consistiria em discriminação e afronta a tantas outras atividades culturais a serem apoiadas”.

Além das considerações sobre a festa, a promotora afirmou, ainda, que a cidade tem vários problemas na estrutura das escolas, e na saúde. No ano passado, foram 133 investigações abertas pelo MP para apurar problemas no serviço de saúde da cidade.

 

A prefeitura tem o prazo de cinco dias para responder ao MPE se irá cumprir a recomendação de cancelar o Carnaval. Além do prefeito, a promotora encaminhou a recomendação para a Câmara da cidade, o presidente e a corregedoria-geral do MPE. Correio do Estado