Campo Grande(MS) – A pandemia da covid-19 fez com que aumentasse o uso de álcool, tanto liquido quanto em gel, no ambiente doméstico. Isso fez com que subisse também o número de queimaduras graves causadas pelo inflamável, situação que tem preocupado a equipe da Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital João XXIII(23), em Minas Gerais, um dos centros de referência no país para o procedimento.
Só nos quatros primeiros meses deste ano, a unidade recebeu 138 pacientes, sendo 40 por queimaduras causadas pelo álcool. Já na UTI de queimados, no mesmo intervalo de tempo, 17 das 41 admissões foram por acidentes envolvendo a substância.
Segundo a cirurgiã plástica e coordenadora do serviço, Kelly Danielle de Araújo, os acidentes domésticos mais comuns acontecem com crianças. No caso do álcool, há diversos casos em que a criança higieniza as mãos e coça os olhos logo em seguida, o que pode causar queimadura química na córnea, a cirurgiã alerta.
Mais da metade das queimaduras atendidas são causadas por contato com líquidos muito quentes, as chamadas escaldaduras. Com o isolamento social, a precaução deve ser aumentada. O cirurgião plástico e presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), José Adorno, destacou que em grande maioria os acidentes podem ser evitados.
A organização promove, neste mês, o Junho Laranja para a conscientização da população e das autoridades quanto à prevenção de acidentes com queimaduras. Neste ano, o tema da campanha é “Álcool e fogo: mantenha distanciamento. Contra queimaduras a prevenção é a vacina” Ouça a reportagem.
Da redação
Foto Divulgação Santa Casa