Ouça; Maurilio e mais 8 podem virar réus no desvio de R$ 23 milhões

Campo Grande(MS) – MP do Mato Grosso do Sul,   concluiu parte do  inquérito policial da Operação Dark Money, que apura desvio  R$ 23 milhões do cofre público  de Maracaju em 2019 e 2020, os dois últimos anos da administração do ex-prefeito Maurílio Ferreira Azambuja (MDB). O  ex-prefeito e mais oito suspeitos de envolvimento no desvio milionário através de uma “conta fantasma” foram indiciados.

Os crimes são de organização criminosa, falsidade ideológica, peculato, emprego irregular de verbas ou rendas públicas e lavagem/ocultação de valores. Estão indiciados, o  o ex-secretário de Fazenda Lenilso Carvalho Antunes (apontado como braço direito do então prefeito no esquema) e Daiana Cristina Kuhn, que ocupou cargo de chefia na pasta e também foi secretária de Fazenda quando Lenilso pediu exoneração para ser candidato a prefeito em 2020.

Outro indiciado é Edimilson Alves Fernandes. Ele comandou o setor de licitações da prefeitura e foi apontado pela polícia como peça-chave no esquema. Também foram indiciados o empresário Pedro Everson Amaral Pinto, dono de uma tapeçaria em Maracaju e acusado de trocar os cheques da conta secreta; a ex-servidora contratada Iasmim Cristaldo Cardoso; Moisés Freitas Victor, que trabalhou na tapeçaria de Pedro Everson; Fernando Martinelli Sartori, genro do empresário, e Victor Henrique Kuhn, irmão de Daiana e um dos “laranjas” do esquema.

Lenilson, Daiana, Edimilson e Pedro Everson continuam presos. Maurílio Azambuja, Iasmin, Fernando e Moisés cumprem prisão domiciliar monitorados por tornozeleira eletrônica. Victor Henrique Kuhn é o único que está solto, pois a polícia não pediu a prisão preventiva dele. A operação Dark Money foi Deflagrada no dia 22 de setembro,  pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). Agora, caberá ao MP (Ministério Público) oferecer denúncia contra os indiciados. Se a denúncia for afeita pelo Poder Judiciário, todos passam a figurar como réus.  E mesmo  com a conclusão do primeiro inquérito, a  polícia quer saber  o destino de cheques e mais favorecidos relacionados à conta “fantasma .

O desvio através da “conta fantasma” contava com a participação de 19 empresas, também investigadas no âmbito da Operação Dark Money. Quinze delas receberam dinheiro da prefeitura, mesmo sem qualquer contratação formal com o município, sem licitação e sem notas fiscais. A  que mais  recebeu  foi a Pré-Moldados Maracaju, que teria como sócio Edmilson Alves Fernandes, chefe do setor de licitações na gestão de Maurílio Azambuja. Segundo o Dracco, a empresa teria recebido R$ 876,1 mil em cheques.

A Pedro Everson do Amaral Pinto ME, que tem como nome fantasia Tapeçaria Lobo, teria recebido R$ 354,4 mil. Em depoimento à polícia três dias depois de se apresentar e ficar preso, Maurílio Azambuja disse que confiava nos assessores e assinava os cheques pensando ser para pagar servidores. Médico, ele tem 73 anos e administrou o município por três mandados – de 2005 a 2008, de 2013 a 2016 e de 2017 a 2020 e termina preso e indiciado como criminoso.

Da redação