Campo Grande(MS) – Apesar da gravidade em torno desse tipo de violência, uma parcela significativa da população ainda deixa de classificar determinados atos como violação. É o que revela o levantamento elaborado pelo Instituto Patrícia Galvão e o Instituto Locomotiva.
Um exemplo disso é que somente 62% dos entrevistados afirmam que um estupro se configura quando um homem retira o preservativo durante a relação sexual, sem o consentimento da mulher. Ou seja 38% das pessoas não consideram isso estupro.
O mesmo vale para episódios em que um homem força sua companheira a ter relação sexual sem camisinha. Nesse caso, 31% das pessoas discordam que isso configure estupro. Além disso, uma relação sexual entre homem e uma menina de 14 anos é considerado normal para 21% dos entrevistados.
Em relação às vítimas, a percepção é de que a maioria são meninas, que totalizaram 57% de acordo com os entrevistados. Em seguida, estariam as adolescentes, com 37%, e as mulheres adultas, com 6%. Quanto ao perfil étnico-racial, os entrevistados creem que as vitimas negras estejam em maior número nas estatísticas.
Na avaliação da diretora de conteúdo do Instituo Patrícia Galvão, Marisa Sanematsu, a sociedade brasileira já avançou no reconhecimento do que é estupro.Maria chama atenção para outro aspecto central.
No total, 83% concorda que o estupro é sempre culta total do estuprador, independentemente de como a mulher se veste ou se comporta. Para o levantamento, foram coletadas as respostas de duas mil pessoas com 16 anos ou mais, pela internet, entre os dias 27 de janeiro a 4 de fevereiro deste ano.
Da redação
Foto Blog de Ciência Unicamp.