Ao pedir desfiliação do PDT, Marcos poderá migrar para outra legenda

Campo Grande(MS) – Único vereador eleito pelo Partido Democrático Trabalhista nas eleições municipais de 2020 para a Câmara Municipal de Campo Grande, o vereador Marcos Tabosa anunciou nesta semana sua saída do partido após uma série de atitudes desrespeitosas promovidas pela direção nacional do PDT, que tornou impossível a continuação da relação partidária entre o vereador e a agremiação.

Segundo Tabosa, tão logo foi confirmada sua eleição pelo PDT, o diretório municipal do partido foi entregue ao vereador, através de eleição de chapa única para organizar a vida da agremiação em Campo Grande. Como acumulava o mandato de parlamentar e a presidência do Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande, Tabosa nomeou Kelly Costa, então vice-presidente para assumir os trabalhos no partido e assim foi feito até a chegada do período eleitoral de 2022.

Com a saída do deputado federal Dagoberto Nogueira do partido que presidia o diretório estadual para disputar sua reeleição pelo PSDB, a direção nacional do PDT resolveu promover uma intervenção no diretório estadual, enviando para Mato Grosso do Sul o tesoureiro da direção nacional do PDT, Marcelo Panella para presidir uma comissão provisória do PDT em Mato Grosso do Sul durante o processo eleitoral.

Ocorre que o mesmo interventor decidiu assumir também o diretório municipal, sem conversar com os associados e as lideranças do partido, muito menos com o vereador, único eleito na eleição passada, quando se tornou a única voz política do partido em Campo Grande e a principal personalidade do PDT em Mato Grosso do Sul.

Na composição partidária para disputar o pleito de 2022, a direção do PDT nacional tinha interesse em apoiar o ex-prefeito de Campo Grande ao governo do Estado, Marcos Marcelo Trad (PSD), maior algoz dos servidores municipais da Capital da qual o vereador representa e que ainda estava envolvido em inúmeros escândalos, entre eles, o de assédio sexual, ao utilizar seu cargo e o gabinete da prefeitura para essas práticas que a polícia vinha investigando.

Mesmo não tendo concordado com a intervenção promovida pela direção nacional do partido, o vereador Tabosa ficou aguardando o final da campanha eleitoral para retornar ao comando do diretório municipal e continuar seu compromisso com a classe trabalhadora que o elegeu, mas para sua surpresa, o interventor Marcelo Panela anunciou que os diretórios estadual e municipal seriam entregues aos cuidados de Lucas de Lima, único candidato eleito pelo partido a deputado estadual para iniciar sua caminhada rumo ao comando da Prefeitura Municipal de Campo Grande, pleito que ocorrerá em 2024. Tudo isso, novamente sem consultar ninguém, sem combinar com os inúmeros filiados do partido e, principalmente, com o único vereador do partido na Capital, Marcos Tabosa.

Desrespeitado e sem espaço para continuar sua defesa do partido e a construção de uma chapa forte para as próximas eleições, não restou outra saída ao vereador Marcos Tabosa, senão anunciar sua saída da agremiação. Porém, a desfiliação do PDT só correrá depois de consulta ao TRE-MS. Se o Tribunal Regional Eleitoral entender que ele tem razão em sair do partido e autorizar sua desfiliação sem a perda do mandato, Tabosa fará isso em tempo hábil, caso contrário, continuará filiado até que ocorra a abertura de janela partidária em 2023.