Campo Grande(MS) – Não se diz mais ‘Dia do Índio’. Desde o ano passado, a lei define na quarta-feira (19) como ‘Dia dos Povos Indígenas’ para celebrar a cultura e herança desses povos. A medida, aprovada no Congresso Nacional, deixa de lado o termo, considerado preconceituoso contra os povos originários.
Para o coordenador executivo da APIB, Articulação dos Povos Indígenas no Brasil, Dinamam Tuxá, o preconceito acaba sendo reforçado com estereótipos que ainda persistem em comemorações e nos livros escolares. A existência dos povos indígenas é atravessada por séculos de violência. Para Dinamam Tuxá, essa violência persiste em forma de racismo, como resquício da colonização portuguesa.
O professor de História da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Fabrício Lyrio, reforça que a chegada dos portugueses trouxe uma série de violências contra os povos originários, o que resultou em genocídio. Enquanto 5 milhões de indígenas viviam no Brasil, em 1500, atualmente essa população não chega a 1 milhão.
Fabrício Lyrio lembra que antes de imigrantes e pessoas do continente africado, os indígenas foram os primeiros escravizados pelos portugueses no Brasil. Segundo o especialista, os primeiros engenhos de açúcar no país foram montados com mão de obra indígena, em maior parte escravizada.
Em 1500, os portugueses que aqui chegaram, acreditavam ter chegado às Índias. Por isso, deram nome de índios aos que aqui viviam. Mas, o termo correto é indígena, que significa, no latim, “natural do lugar em que vive”. Com informações da Rádio Agência Nacional.
Da redação
Foto Arquivo Reuters
