Morte de gado por Hipotermia pode estar associada a má nutrição, diz Embrapa

Campo Grande(MS) – Daniel Ingold, presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal), disse ao Campo Grande News que entre os óbitos, 368 aconteceram em uma fazenda de Rio Verde de Mato Grosso, 200 na Nhecolândia e 25 bezerros morreram em Corumbá.“Isso não acontece todo ano, não é incomum, mas a última vez foi em 2010. Nós estivemos in loco. Talvez mais animais morram nesta noite por hipotermia”, disse. Daniel acrescentou que nos últimos dois dias os termômetros marcaram mínima de 6ºC e máxima de 9ºC na região. De acordo com ele, não há o que ser feito. “A medida é deixar eles em um lugar mais quente, com serragem, não tem muito o que fazer. Eles são animais que estão acostumados com o calor. No Pantanal, devido aos ventos, a sensação acaba sendo ainda pior”, completou.

Com a baixa temperatura, 1.071 bovinos, entre bezerros e bois, morreram por hipotermia no Pantanal, em dois dias. A maioria das mortes foi registrada na Nhecolândia, uma das 11 microrregiões do bioma, e Rio Verde de Mato Grosso.

 

Em artigo publicado em Agosto de  2014  Embrapa chama atenção para a importância de se adotar boas práticas agropecuárias, a única maneira de se alcançar uma pecuária mais sustentável, econômica, social e ambientalmente correta. Notícias como a de mortes de bovinos por hipotermia nas regiões nordeste e sul de Mato Grosso do Sul, não são incomuns, mas não devem ser aceitáveis nos dias de hoje. Há pelo menos 15 anos o Estado registra ocorrências de perda de gado, numa média de quase dois surtos por ano, envolvendo um número considerável de animais mortos por hipotermia. Os dois maiores surtos registrados em Mato Grosso do Sul são de 10 mil animais no ano de 2000 e de três mil em 2010.

As mortes de bovinos por hipotermia ocorridas no último final de semana em fazendas localizadas em Coxim e no Pantanal estão sendo analisadas pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro). Um primeiro diagnóstico aponta as condições climáticas nos dias 24 e 25, com queda brusca de temperatura e chuva e que as vítimas foram os animais mais jovens, com menor resistência. O número de mortos ainda está sendo contabilizado, mas o Sindicato Rural de Coxim (MS) acredita que passa de mil animais.

Para o difusor de tecnologia da Embrapa Gado de Corte Haroldo Pires de Queiroz as mortes dos animais estão relacionadas a um conjunto de fatores que vão desde a desnutrição, à falta de abrigo agravada pela queda de temperatura e umidade em excesso. “Estudos técnicos comprovam que a hipotermia é causa de mortalidade quando bovinos mal nutridos, com pouca disponibilidade e qualidade de forragem e ausência de abrigo, são expostos a uma mudança climática brusca com queda de temperatura combinada com chuvas e ventos fortes”.

Da redação

Foto Iagro

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