Campo Grande(MS) – Clínicas privadas de todo o país começaram a oferecer a vacina contra a dengue nesta semana. O imunizante Qdenga, produzido pela farmacêutica japonesa Takeda, chega ao comércio com preços que variam de R$300 a R$800 por dose. O Ministério da Saúde (MS) informou que a inclusão do medicamento no Plano Nacional de Imunização é tratada como prioridade.
Para ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no entanto, a vacina precisa passar por análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec). Ainda de acordo com a pasta, a empresa que produz o imunizante não enviou a solicitação de incorporação do produto nas análises da Conitec.
A partir do pedido do laboratório, a Comissão tem até 180 dias para avaliar eficácia, efetividade e segurança, assim como os impactos econômicos da nova tecnologia. A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério, Ethel Maciel, explica que a inclusão no Programa Nacional de Imunizações e o estabelecimento de grupos prioritários precisam ser respaldados em análises científicas e logísticas.
A Conitec avalia também a relação entre custo e efetividade, se o investimento no imunizante vai ter real impacto no comportamento epidemiológico da doença. Ethel Maciel pontua que há também etapas legais a serem cumpridas, expressas na lei 12.401 de 2011.
Segundo declarações recentes de representantes do Ministério da Saúde, a inclusão da vacina contra a dengue no PNI deve levar cerca de um ano e meio. Maciel enfatiza que o governo federal trabalha para que o assunto seja definido com maior brevidade possível. Ela ressalta, no entanto, que a própria farmacêutica não teria condições de atender a demanda brasileira de imediato.
O governo também aposta na produção nacional de imunizantes para o combate à dengue. Atualmente, o Instituto Butantan tem uma vacina em fase de testes para esse fim. O pedido para aprovação do medicamento na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve ser feito no ano que vem.
