Três transplantes renais marcam o inicio do ano promissor na Santa Casa

Campo grande (MS) Dos 29 transplantes realizados no ano anterior, 28 ocorreram na instituição Começando o ano com muita energia, a Santa Casa de Campo Grande realizou três transplantes renais na última semana, os primeiros de 2024 na Capital. As pacientes Marina Gilda Centurion, de 44 anos, e Márcia Regina Dorneles, de 47, receberam novos rins na última quinta-feira, 11 de janeiro, enquanto João Edson Dias, de 48 anos, foi transplantado na sexta-feira, 12 de janeiro. A Coordenadora Médica do Serviço de Transplante no Hospital, Dra. Rafaela Campanholo, expressou sua satisfação com o sucesso dos procedimentos: “O sentimento sempre é de gratidão, tanto pelas pessoas que receberam, como também para as pessoas que manifestaram o desejo de doar e oportunizaram esse momento. Começamos o ano com o pé direito, e nossa expectativa é aumentar os números, sem perder a qualidade no atendimento“.

A primeira transplantada do ano, Marina Gilda Centurion, visivelmente emocionada, contou sobre as dificuldades que precederam o transplante. “Precisei de diálise por problemas causados pela diabete“, conta Marina, que apresentou os primeiros sintomas há sete anos. “Fiquei em tratamento conservador por alguns anos, mas precisei voltar a fazer hemodiálise em 2019, por complicações de saúde“, relata.

Infelizmente, o período coincidiu com o início da pandemia, o que atrasou a entrada de Marina na fila de transplantes. “Foi uma época muito difícil para mim, porque o tratamento é pesado. Como eu fazia de manhã, três vezes na semana, o resto do dia não conseguia fazer mais nada, por fraqueza e enjoo”, lamenta. “São três dias em que você não pode viver. É de casa para a clínica e da clínica para casa“. Sobre a perspectiva de futuro com o novo órgão, Marina revela que a ficha ainda não caiu. “Parece que estou sonhando. Ainda estou tentando acreditar, não parece real. Não imaginava que estaria aqui hoje“.

Já a segunda paciente a receber o transplante em 2024, a dona de casa Márcia Regina Dornelles, recebeu a notícia com ainda mais alegria: seu esposo, que conheceu durante sessões de hemodiálise, havia recebido o transplante apenas dois meses antes, em novembro de 2023. “Foi uma coincidência muito boa, quase não acreditei quando recebi a ligação dizendo que eu também seria transplantada pouco mais de dois meses depois da cirurgia do Mauro“, conta, em meio a um sorriso. Márcia e Mauro se conheceram durante sessões de hemodiálise na cidade de Amambai, e se conectaram por conta da experiência em comum. “Vamos fazer oito anos juntos, e agora, com os dois transplantados, vamos poder aproveitar nossa vida“, diz.

mariana se emoniona ao realizar transplante

Antes do transplante, a vida de Márcia não foi fácil. Foram 11 anos de hemodiálise, devido a um problema nos rins desencadeado por pressão alta. “No começo achei que não era nada, uma dorzinha de cabeça, um incômodo na nuca, e quando fui fazer os exames descobri que estava com problemas nos rins. De lá para cá, foram onze anos fazendo hemodiálise três vezes por semana“, desabafa. “Não conseguia viajar, era difícil aproveitar os dias de tratamento. Até mesmo quando o Mauro operou não pude vir para Campo Grande acompanhar ele, pois não foi possível interromper nem mesmo por alguns dias“, conta com uma voz tristonha. Porém, a esperança veio pouco tempo depois, com uma ligação da Dra. Rafaela. “Ela me ligou em um dia em que eu nem estava esperando, sabe? Eu estava indo ao mercado, quatro horas da tarde, e ela me ligou perguntando se eu queria ir para Campo Grande receber um transplante. Respondi na hora que sim, quem não iria querer, não é?“, conta com animação.

Mauro Fernando, esposo de Márcia, diz que não esperava essa boa notícia. “Foram anos esperando o transplante para nós dois, então foi uma surpresa realizar esse sonho quase ao mesmo tempo. Agora vamos poder viajar, aproveitar nossa vida a dois sem precisar interromper por três dias na semana“, fala com alegria na voz.

Para aqueles que ainda aguardam na fila, Mauro deixa uma mensagem: “Vale a pena esperar. A gente nunca sabe quando vai vir, isso não tem dia nem hora. A única certeza é que em algum momento chega nossa vez“, conclui.

Retrospectiva – Em 2023, 29 transplantes de rim ocorreram em Campo Grande. Deste total, 28 foram realizados na Santa Casa, que é a única instituição de Mato Grosso do Sul a oferecer o procedimento via Sistema Único de Saúde (SUS). “Ano passado realizamos o maior número de transplantes desde a retomada no estado. Em 2022, tivemos apenas sete cirurgias, o que significa que aumentamos quatro vezes a nossa entrega“, conta a Dra. Rafaela. Além dos transplantes renais, o hospital também realizou 60 transplantes de córneas, totalizando 88 procedimentos ao longo do ano. As cirurgias são conduzidas pela equipe do Serviço de Urologia do Hospital. Conforme a médica, é preciso que a população se conscientize para que o número aumente. “Muitas pessoas estão à espera de um órgão, e para que possam receber é preciso que haja compatibilidade. Por isso, é preciso que as famílias sejam informadas sobre o desejo da pessoa em se tornar um doador de órgãos“.

Com informações da assessoria de Santa Casa.

Da redação.

Fotos: Assessoria de imprensa da Santa Casa