Depois de muita luta, Morre Jota Menon, jornalista “Raiz” em C.Grande

Campo Grande(MS) – O jornalista Valdovir Jota Menon,  morreu nesta terça-feira, dia 05, na Capital Campo Grande, aos 63 anos. Ela estava tratando um câncer, mas a causa de sua morte ainda não foi oficialmente confirmada. Glória deixa a esposa e cinco filhas. O portal tudodoms hoje registra seu falecimento e a história de Jota Menon, amigo e colega que sempre teve ética e compromisso no exercício da profissão

 

JOTA MENON

Quer saber a composição da Assembleia Estadual Constituinte, eleita em 1978, e empossada na instalação do Estado em 1º de janeiro de 1979? Se não estiver com tempo para fazer pesquisa e levantar os nomes dos 18 eleitos e dos três suplentes que assumiram no decorrer da 1ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Estado, era só falar com o jornalista Jota Menon.

Celebrando 42 anos desde seu primeiro registro em Carteira Profissional no extinto S. A. Correio Braziliense, empresa que manteve por anos o jornal Diário da Serra, Valdovir José Menon, ou simplesmente Jota Menon, é chamado pelos colegas da “velha guarda” como uma espécie de enciclopédia ambulante quando o assunto é história política de Mato Grosso do Sul.

 

Ao longo dessas mais de quatro décadas de jornalismo em território sul-mato-grossense, Jota Menon, como faz questão de ser chamado – “Jota O T A, escrito”, frisa -, passou por cinco jornais diários e integrou as equipes de dezenas de jornais semanários.

Entre seus vínculos mais antigos estão os jornais Entrevista e o Hoje Cidades, sucedâneo do Maracaju Hoje. No jornal Entrevista, criado em março de 1992 pelo empresário e radialista Eli Sousa e sua ex-mulher, empresária Neide Rodrigues Ferreira, Jota Menon tem vínculo desde julho de 1992, ou seja, há 30 anos aparece no expediente do jornal como Redator-chefe. Atualmente, Neide e Paulo César Guenka são os diretores do jornal que mantém Jota Menon como editor.

No Maracaju Hoje, inaugurado no dia 28 de fevereiro de 1998, Jota Menon entrou no time em julho do mesmo ano, a partir da edição número 14. Atualmente, com o nome “Hoje Cidades”, o jornal conta mais de 1.000 edições e o periódico maracajuense mantém o jornalista no seu quadro de colaboradores, na função de Editor.

O vínculo com a empresa do radialista Eli Sousa não foi cortado com a separação do casal e a criação do jornal Impacto Mais. Jota Menon manteve-se na equipe e fala que se sente orgulhoso por estar há tanto tempo atuando nas mesmas empresas. Essa frase ele sempre dizia  “Sinal que temos algum valor” afirmava em momento de humildade que é considerada a sua marca registrada.

Jota Menon foi defensor do exercício da profissão por jornalistas não formados, desde que tenham capacidade comprovada e respeito com os colegas. Ele mesmo exerceu a profissão como “jornalista provisionado” por mais de 20 anos.

Ele jornalista por formação,  formou-se na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em 2005, portanto há 17 anos. Por 23 anos, ele atuou no jornalismo sem diploma e sem ser importunado por nenhum colega formado.  Para Jota seria hipocrisia da sua parte querer, perseguir colegas competentes, compromissados, que fazem o bom jornalismo, só porque não cursaram a Faculdade de Jornalismo.

 

 

Ganhador de dois Prêmios de Jornalismo MS Industrial nos anos de 2015 e 2016, ganhando inclusive uma viagem a Las Vegas, com tudo pago, ele foi ainda 2º colocado nos prêmios TRT-24 de Jornalismo Seguro e no Prêmio Assembleia Legislativa de Jornalismo.  Classificou ao portal tudodoms os eventos de entrega dos prêmios como momentos marcantes em sua vida e na epoca celebrou. “Demorei para criar coragem de inscrever minhas reportagens em prêmios de Jornalismo. Felizmente, as comissões julgadoras me premiaram o que me incentivou a participar mais ativamente do fazer jornalismo em nosso Estado”.

 

Sobre o nome Jota Menon, ele contou ao Tudodoms em 03/03/2022 durante entrevista que fizemos com ele, que ganhou o apelido do falecido comentarista esportivo José Roberto de Brito, ainda em Maringá, quando era garçom em uma lanchonete e sonhava fazer rádio. O então comentarista da Rádio Cidade Canção disse que o nome Valdovir José não servia. “Vão se passar 10 anos e não vão decorar seu nome” dizia seguindo uma gargalhada. Foi então que ele sugeriu Jota Menon. “Adotei o nome e hoje só me chamam Valdovir os cobradores e os oficiais de Justiça” relata em tom de chacota.

 

Conclamado a listar os jornais nos quais já trabalhou ele citou os cinco diários – Diário do Norte do Paraná, de Maringá, O Estado de Mato Grosso do Sul, Diário da Serra, Jornal da Manhã e Primeira Hora – e relaciona ainda o Maracaju Hoje, Entrevista, Impacto MS e O Centro Oeste de Paranaíba, todos semanários. “Não dá para listar todos. Editei tantos jornais que o Livro dos Recordes queria me colocar como recordista por editar em um mesmo período 14 semanários” contou durante a entrevista.

Ao final do rápido resumo de sua vida profissional Jota Menon lembrou ainda de outro momento que ela considera importante: no dia 24 de junho de 1982, acompanhado do advogado campo-grandense, Bernardo lias Lahdo e do escritor (já falecido) Antônio Papi Neto, ele participou da inauguração da Rádio Difusora de Rio Brilhante sendo o seu primeiro locutor. “Aos 21 anos não soube aproveitar a oportunidade. Se tivesse engolido alguns sapos, teria feito carreira profissional e política na bonita Rio Brilhante”. Com informações do site TudodoMS

Da redação