Campo Grande (MS)- Quase metade dos alunos que ingressou no ensino superior em 2010 desistiu do curso em até quatro anos. É o que aponta o Censo da Educação Superior 2015 apresentado na quinta-feira pelo Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Pela primeira vez, o Inep cruzou dados com o CPF dos alunos e desenhou a trajetória dos estudantes na educação superior no Brasil.
Os indicadores demonstram que em 2010, 11,4% dos alunos deixaram de frequentar o curso. Em 2014, esse índice passou para 49%. Do total, apenas 29% dos estudantes concluíram o curso. O ministro da Educação, Mendonça Filho, atribuiu tais resultados ao atual modelo do ensino médio, considerado defasado e distante da realidade do jovem brasileiro. Ele acredita que, com a reforma, vagas ociosas nas universidades serão facilmente preenchidas.
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A doutora em educação, Ângela da Costa, concorda com a tese e reforça que a facilidade de entrar no ensino superior é um engano.
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O Censo aponta que das mais de 6 milhões vagas novas em instituições públicas e privadas de ensino superior, 42% foram preenchidas, ou 57,9% das vagas são ociosas. Ângela Costa comenta que hoje, o acadêmico entra em cursos conforme a pontuação no Enem.
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Mato Grosso do Sul tinha, em 2015, 91.739 matriculados em cursos de graduação, sendo 33% em instituições públicas e 67% em instituições privadas. Dos acadêmicos, a maior parte são mulheres, 56%, e preferem fazer cursos no período noturno.