Campo Grande(MS) – Um estudo do Observatório Covid-19 da Fiocruz divulgado na quinta-feira (19), e publicado há uma semana em uma revista científica internacional, revela que as gestantes e as puérperas foram mais penalizadas pela pandemia do que a população em geral. O estudo foi feito em 2020 e constatou que houve um excesso de óbitos maternos de 40%, quando comparado aos anos anteriores.
Mesmo considerando a expectativa de aumento das mortes em geral em decorrência da covid-19, ainda assim houve um excesso de 14%. Foram 549 mortes maternas por coronavírus, principalmente em gestantes no segundo e terceiro trimestre de 2020. E os óbitos foram em maior número entre as mulheres negras, as que residem em zona rural e as que estavam internadas fora do município onde residiam.
Para o principal investigador do estudo, o pesquisador Raphael Guimarães, o excesso de óbitos teve a covid-19 não apenas como causa direta, mas inflacionou o número de mortes de mulheres que não conseguem acesso ao Pré-Natal e condições adequadas para a realização do parto. Ainda segundo ele, o atraso do início da vacinação entre as grávidas e puérperas pode ter sido decisivo na maior penalização destas mulheres.
O estudo da Fiocruz concluiu também que as chances de hospitalização de gestantes com diagnóstico da covid-19 foram 337% maiores que as demais. E para UTI, 73% maiores.
Da redação
Foto Campanha da prefeitura de Maracaju.
