Ouça; Mulheres são discriminadas no serviço de aplicativo em todo o Brasil

Campo Grande(MS) – Mulheres que trabalham como entregadoras em média 12 horas por dia, seis dias na semana. Foram para o trabalho em aplicativo na busca de ter uma renda e, ao mesmo tempo, dar conta dos cuidados com a família. A ideia de não ter patrão, não funcionou.

Além do corre na moto o dia todo, cabem a elas, dentro de casa, as tarefas domésticas. A história de sobrecarga é comum a todas as mulheres entregadoras, uma das queixas comuns são a falta de banheiro, baixa remuneração, além do algoritmo prejudicar principalmente as mulheres, o score.

Ele é um sistema de pontuação atualizado semanalmente, onde cada entregador que tenha trabalhado ao menos 28 horas em um mês recebe. E quem fica com nota baixa, recebe menos pedidos. A entregadora Ludmila Ferreira, reclama da situação. Acidentes de trabalho e bloqueios por parte das empresas também não são as únicas dificuldades que elas enfrentam, mas também o assédio, como relata Beatriz Ferreira. Beatriz afirma que entre a categoria as relações de gênero são respeitadas, mas a falta de estrutura atrapalha as mulheres.

As mulheres relatam a falta de pontos de apoio, lugares fixos para sentar, carregar o celular, tomar água e ir ao banheiro, são uma das demandas centrais. A Rappi informou que possui os Espaços Rappi Entregador, mas não especificou quantos existem. Já o iFood criou o primeiro ponto de apoio em agosto de 2020 e, segundo a empresa, atualmente existem 764 no país. Em nota o iFood informou que desde 2019 oferece seguro gratuito contra acidentes pessoais. E que em, 2022, ampliou a cobertura para incluir “licença-maternidade, indenização em casos de câncer de mama e colo de útero e auxílio financeiro se precisarem cuidar dos filhos em caso de doença ou acidente.”

A Rappi informou que lançou, em agosto de 2022, o “Programa Sou Rappi”: um pacote de ações de promoção de bem-estar e relacionamento. Entre elas, a empresa diz que estão a oferta de seguro para acidente pessoal ou invalidez permanente e morte acidental, além do plano de assistência à saúde.

A reportagem perguntou para a Rappi porque e como funciona esse sistema de bloqueios temporários. A empresa se limitou a dizer que os bloqueios “são ocasionados e seguem as normas descritas nos Termos e Condições da plataforma”. Neste documento, constam na lista de motivos para bloqueio a “má qualidade do serviço”, a “infração de deveres cívicos” e, também, a “mera liberalidade da operadora”. Com informações da Rádio Brasil de Fato.